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Nós, católicos nos encontramos num momento muito importante: o período da Quaresma. Vejo ainda muitos dizerem que a Quaresma é um tempo triste dentro da Igreja. Mas de fato nós sabemos que isso não é verdade. Na edição anterior, como havia prometido, pudemos aprender um pouco mais sobre a Quaresma e como nos prepararmos para ela.
Estamos ainda na Quaresma e sabemos que é um tempo de reflexão, interiorização, um momento de olharmos para nós mesmos e vermos o que queremos e o que Deus quer de nós, o que estamos fazendo de nós mesmos, e o que estamos fazendo para os nossos irmãos e para a nossa Igreja.
Junto ao jejum, a caridade e a oração, no silêncio de nossas penitências particulares, buscamos viver esse forte momento de conversão interior e comunitária. Esse tempo é marcado também, pela realização da Via Sacra (Via Crucis) que nos convida a subir o Calvário com Jesus, para com Ele ressurgir na manhã da Páscoa.
Essa forma de meditação litúrgica teve seu início na Idade Média, quando cristãos, ao peregrinarem à Terra Santa, refaziam os passos da Via Dolorosa. Depois das dominações islâmicas, trouxeram para o Ocidente tal prática, que passou a ser feita mentalmente, sob a ajuda de ícones sagrados que são posicionados nas paredes de nossas Igrejas.
A Via Sacra compõe-se de 14 ou até mesmo, em alguns lugares 15 estações, que vão da condenação de Jesus até o Sepulcro – no caso de 14 – ou até a Ressurreição – no caso de 15 estações. Esse percurso de fé é realizado no mundo todo. Normalmente elas ocorrem nas sextas-feiras da quaresma e durante a Semana Santa, não sendo realizada somente como uma encenação litúrgica – seja por quadros, seja por representações teatrais – mas é realizada para pensarmos e meditarmos sobre o Mistério da Paixão, Morte e Ressurreição do Senhor, e entendemos que na dor, no sofrimento há misericórdia, na cruz há luz. Deus não nos abandonou a mercê da morte, mas concluiu o seu plano de Salvação para todos nós. Reviver os passos da Via Sacra quer levar-nos a pensar nas nossas vidas. Quais são as cruzes, quedas e Cirineus que temos em nossas vidas?
MUITAS CASAS SÃO TAMBÉM ESTAÇÕES DE VIA SACRA
“Se, percorrendo uma rua de nossa cidade – qualquer rua – batermos de porta em porta, o que constataremos? Que muitas de nossas casas são também estações de Via Sacra”. Mas Deus quer que a humanidade sofra? Não, o sofrimento não vem d’Ele. Por que então, a humanidade sofre? À luz da fé, a resposta é: porque não coloca nas mãos do Senhor as suas dores e, também, porque não aprende a reparti-la com Ele. Alguém poderia perguntar-me: mas fazendo isso os sofrimentos desaparecerão? E a fome? E as injustiças? Muitas vezes imaginamos e desejamos um Senhor que esteja a nosso serviço e que se adapte a nossos gostos. O que Jesus nos propõe é diferente: Ele quer que entremos em seu coração para que aprendamos a ser como Ele é”.
A Via Sacra, portanto, nos faz pensar em Jesus e no seu sofrimento, nas suas dores por nós, mas também nos faz analisarmos as nossas vidas o que fazemos dela. Qual o futuro que estamos construindo, quais são as nossas escolhas?
O tempo quaresmal e a Semana Santa nos convidam também a estarmos ao lado daquela que sempre esteve com Jesus, Maria. Ela permaneceu ao lado d’Ele e sofreu junto com Ele. Quem é mãe sabe, e quem não é imagina o quão doloroso é ver um filho passar por tamanho sofrimento. Acompanhar as dores de Maria, é unir-se a Jesus também.

SÃO SETE AS DORES DE MARIA QUE RELEMBRAMOS:
1) A apresentação do Menino Jesus no Templo e a Profecia de Simeão (Lucas 2,34,35).
2) A fuga para o Egito (Mateus 2, 13-23).
3) A perda do Menino Jesus no Templo (Lucas 2, 41-52)
4) O encontro com Jesus no caminho do Calvário (Lc 23, 27-31)
5) Maria fica de pé, junto a Cruz de Jesus (João 19,25-27)
6) A lança no coração de Jesus e a descida da Cruz (Jo 19, 31-40)
7) Sepultamento de Jesus (Lucas 23, 55-56)
Rebeca Proux Bopp